“O mito do recomeço.”

Muitos acreditam que adotar um bebê é mais “fácil” porque ele ainda não teria memórias ou vínculos anteriores. Psicólogos alertam que essa visão é equivocada.
Toda criança, independentemente da idade, é capaz de se vincular e construir laços afetivos saudáveis.

Grande parte das famílias que entram no processo de adoção no Brasil manifesta preferência por bebês ou crianças bem pequenas. Essa escolha geralmente está ligada à ideia de “começar do zero”, acreditando que a ausência de memórias ou vínculos anteriores facilitaria a adaptação. Também há quem tema os traços da história de crianças mais velhas, associando idade a maiores dificuldades comportamentais.

Especialistas, no entanto, alertam que essa percepção é um mito. A afetividade não depende da idade, e o vínculo entre pais e filhos pode ser construído em qualquer fase da infância ou adolescência. Crianças maiores também são capazes de aprender, amar e se adaptar, desde que recebam acolhimento, estabilidade e acompanhamento adequado.

Esse contraste entre expectativa e realidade ajuda a explicar por que tantas crianças acima de 7 anos permanecem esperando em instituições. O desafio está em ampliar o olhar das famílias, mostrando que cada idade traz oportunidades únicas de convivência e crescimento — e que o amor não nasce apenas nos primeiros meses de vida.

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